quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Para criar é preciso ler!

Inúmeras foram às vezes com que nos deparamos com situações que fizeram brotar o desejo de simplesmente fugir da realidade. Não é anormal sentirmos isso, inclusive, há muitos casos de pessoas com problemas envolvendo álcool e drogas que foram motivadas ao uso destes, pelo desejo dessa fuga. Apresento-lhes a maneira mais sensacional de fugir da realidade: o hábito da leitura.
Com exceção dos privilegiados pela sorte, a grande maioria dos brasileiros tende a trabalhar ao mesmo tempo em que estudam, e por vezes, ainda cuidar da família. A responsabilidade com deveres e horários, preocupações com as contas que chegam a cada mês sem atrasos, desavenças cotidianas e outros contratempos que eventualmente aparecem, acabam sobrecarregando o estado mental e espiritual das pessoas, que não só podem como devem procurar fazer alguma coisa a respeito para manter a qualidade de vida.
A leitura vem a calhar. Além de excelente ferramenta de lazer e distração, ela nos proporciona uma nova forma de ver as coisas, outro ângulo, que talvez, ajude à tornar as coisas mais simples.
De certo, quem começa a ler, jamais perde o habito, pois se torna uma espécie de terapia, que acalma, relaxa, ajuda e modela nosso modo de ser. Triste são as pessoas que sem ao menos ter tentado ler, afirmam que não gostam de leitura, prendendo-se assim, a um comodismo, e até mesmo a ignorância.
O avanço da tecnologia acaba roubando a atenção que os livros merecem. O incentivo a leitura é primordial para uma pátria bem educada e criativa, como diria Manuel de Barros, “não sou da informática, sou a invencionática”, e para criar, é preciso ler.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Perseguição e Cerco a Juvêncio Gutierrez

Depois daquela noite nunca mais vi Mirta del Sol. Ifigênia tinha razão. Temos o coração em pedaços. Inconscientemente, somos caçadores desses pedaços, buscando refazer o antigo desenho. Um dia vou achar os pedaços do meu corão fragmentado. Adivinho como ele será: guerreiro, destinado a violência e a misteriosa tristeza. Será a memória daqueles dias da fonteira, à beira do rio. Serão os verões, os invernos, a canoa deslizando junto a barranca. A lembrança desses dias será uma pérola, perfeita como o segredo de Juvêncio Gutierrez criara para si, e ficará guardada num cofre fechado na memória. Alguma vez, porém, quando me sentir encurralado pela mediocridade do mundo, e for insuportável sua feiúra, e a solidão apertar com mais força suas garras, permitirei que o cofre se abra lentamente. Dominado por sensação idêntica à de velho monge aproximando-se da sabedoria, então contemplarei a pérola, imaginando, trêmulo, obstinado, esperançoso, o mistério de sua beleza, sempre deslumbrante.

Trecho retirado do livro de TABAJARA RUAS, gaúcho e um dos maiores escritores brasileiros, uma verdadeira obra-prima. Feliz é aquele que tem a sabedoria de escolher bons livros.