sexta-feira, 15 de junho de 2012

Saudade

Tentando entender o que se passa na cabeça de quem ama, me ocorreu uma dúvida: Será que todo amor é válido mesmo quando a distância é além do que está ao nosso alcance, quando a morte separa duas pessoas e mesmo assim, a que permanece viva não para de amar e sofrer cada vez mais com a perda?
Não é preciso muito pra explicar o quanto a perda de alguém que amamos é extremamente dolorosa e como isso destrói, demole e abala a nossa estrutura física, mental e emocional, é como a lógica do caos, isto é, a ordem da desordem que, a todo instante, permeia mais e mais a existência, a vida dos homens, o que esta fora do nosso alcance, que não podemos controlar.
Eu sei melhor do que ninguém como é perder alguém que se ama de verdade, pois perdi a minha bisavó a 6 anos e com sinceridade, ainda não superei completamente esta perda, mas aos poucos estou enchendo a minha alma daquilo que outrora deixei de acreditar, como por exemplo, o amor, tanto de pessoas, como o de Deus, pois quando acontece alguma coisa sempre queremos culpar alguém, mas quando é uma fatalidade geralmente colocamos a culpa em Deus, pois não há mais a quem culpar.
Quando eu vejo alguém reclamando que a sua avó não escuta, ou que se esquece de tudo, me dá uma tristeza que não consigo nem descrever em palavras, pois essas pessoas mal sabem que eu daria tudo pra ter a minha de novo comigo. Outro dia, vi na televisão uma reportagem sobre maus tratos com idosos, isso me deixou tão nervosa que não consegui continuar assistindo, pois sou extremamente sensível a esse assunto, tanto que quando vou fazer doações ao Lar dos Idosos de minha cidade saio de lá que mal consigo falar, pois os idosos sempre contam de como sentem falta dos filhos e familiares que os abandonam e nem se quem vão visitar.
Se eu pudesse fazer um pedido, com certeza pediria pra ter a minha bisavó de novo comigo, como eu sei que isso sim é impossível, eu só peço que as pessoas comecem a dar valor ao que elas têm, pra não ter que dar valor pra o que elas tinham.